25 de abril de 1974, foi o dia em que o País voltou a ser uma democracia, depois de muitas décadas de ditadura. O sanjoanense José António Pinho encontrava-se em alto mar, a caminho de Timor Leste para cumprir o serviço militar
Atualmente com 70 anos, e lembra-se de tudo, como se fosse ontem. José António Pinho tinha 22 anos quando entrou num navio, com cerca de 300 militares, a 12 de março de 1974, com destino a Timor Leste para ali cumprir o serviço militar. Chegou a 1 de maio. “Passei o dia da revolução em alto mar. Não tínhamos a noção de nada. Aquilo era só água por todo o lado e não se falava de nada. Soubemos apenas pelos rádios das comunicações que tinha acontecido uma grande revolução em Lisboa e pouco mais”. Este é o testemunho sobre o dia que, há quase meio século, deu uma reviravolta no rumo e destino do país de alguém que esteve mais de dois meses em alto mar até chegar ao destino. “Os dias no navio eram todos iguais. Lá estávamos todos com os olhos tapados, no que diz respeito ao mundo em geral. Nestes 51 dias de viagem o tempo não passava. Jogávamos cartas e pouco mais”, recorda.
José António diz ter tido a consciência “real da importância”, principalmente quando chegou a S. João da Madeira 14 meses depois. “Em Timor pouco ou nada se sabia. Ficámos desconfiados que alguma coisa tinha mudado, após uma visita a Timor de Almeida Santos, porque se começou a falar em partidos de esquerda e de direita, mas nada de muito concreto”. O contacto com a família era por telefone e conversa rápida. “Havia uma cabine e só ligávamos pontualmente porque ficava muito caro”, conta.
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