Das 4 horas da tarde até às 4 horas da manhã, a Oliva Creative Factory foi invadida por concertos, atividades e muita confraternização. Autocarros cheios vindos do Porto, estacionamento completo e uma enchente de pessoas rumou à cidade
Um programa dividido por quatro palcos que chamou os mais interessados que se deslocaram até ao palco do Centro de Arte Oliva, em S. João da Madeira para escutar a primeira performance do dia com Arianna Casellas e Kaué.
Maquina e Gala Drop encantaram as pessoas que se dirigiram até ao Palco Terraço, em concertos onde maioritariamente o público experimentou para si uma novidade, comentou ser “estranhamente muito bom e fora da caixa”. Uma tarde brindada pelo bom tempo, preenchida pelos quentes raios de sol e dois concertos de arranque de “chorar por mais” e com mais por vir.
Kings Of The Beach, Yakuza e Sunflowers encheram a galeria ao ar livre da Oliva Creative Factory, ao que deram o nome de Palco Alameda, exibindo o rock alternativo que tem vindo a ganhar adeptos em Portugal e fez com que os espectadores que se deslocaram até S. João da Madeira, abanar as cabeças ao ritmo das suas músicas.
Em contrapartida do que viria a ser a apresentação de Xinobi Live, por motivos de saúde, Moullinex e GPU Panic tomaram conta da Sala dos Fornos numa performance imersiva e 360º. De todos os ângulos, foram expostos momentos sonoros e arte laser que cativaram o público.
Com espectadores de todos os cantos do país e um dia repleto de artistas que satisfaziam todos os gostos, a plateia não dispensou os elogios e como coletivo explicaram “o cartaz está incrível, este ano tem tudo para correr bem e não podíamos estar mais contentes. Temos um leque diversificado de músicos que nos trazem a variedade da discografia portuguesa”. A convivência tornou-se fácil, quando entre palcos, o festival dispôs de um corredor onde a bebida, a comida e a conversa não faltavam. Lugar onde também os mais corajosos, tinham a oportunidade de marcar o seu corpo, com tatuagens tribais pelo artista Caio Nardi.
David Bruno, “um indivíduo de gaia que faz pela vida”, animou o público acompanhado de António Bandeiras (nome performativo) e das suas ousadias. A sua música destaca-se pela criação de obras com forte cariz narrativo, inspiradas em contextos da cultura popular portuguesa, com particular incidência nas regiões do Grande Porto e Douro Litoral.
Com Linda Martini como cabeça de cartaz e fãs providos das suas camisolas em apoio à banda, a Sala dos Fornos onde viriam a atuar, encheu-se em ânsia de ver o grupo que completa 20 anos de existência a partilhar sons icônicos como “Boca de Sal” e “Amor Combate”. Relembrando em conversa com 'O Regional', Linda Martini fez-se à estrada rumo a S. João da Madeira, afirmando que “é curioso cruzarmo-nos de novo e perceber que os dois percursos têm pelo menos duas coisas em comum: a amizade e a música”, longe de casa mas perto daquilo que gostam de fazer, navegando pela distopia do rock.
Igualmente, dividida por motivos de força maior, a DJ Catxibi foi substituída pela participação de Mesquit, natural do Porto, em conversa com 'O Regional' confessou “nunca tinha ido e surpreendeu-me. Gostei especialmente da abrangência de géneros e artistas que participaram no evento. E apesar de ter ido substituir a Luísa Cativo (Catxibi), fiquei super feliz por se terem lembrado de mim, foi a minha primeira participação num festival por isso aproveitei ao máximo a oportunidade que me deram para mostrar o que valho”, terminando a noite com a atuação de El Nando, como DJ Set TURBO.
Aliado à solidariedade, o festival para além de reverter a sua receita de bilheteira para causas sociais como a Liga Portuguesa Contra o Cancro e “Apadrinhe Esta Ideia”, um tributo à pessoa que inspirou a criação deste evento, Luís Lima, “amigos e pais lembram-no pela sua ligação à cultura e ao apoio que prestava”, a organização também disponibilizou copos reutilizáveis, de modo a que a consciencialização para diversas causas sociais seja obtida e cada vez mais fortificada. Um evento de sucesso que festejou o seu 10º aniversário e que conta celebrar muitos mais.