Sociedade

Voluntariado do hospital quer chegar a outros serviços

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Ultrapassadas as questões da pandemia, cerca de oito voluntários voltaram ao Hospital de S. João da Madeira, para realizarem o seu trabalho habitual junto dos doentes. O voluntariado foi criado neste hospital em 1994.

Os voluntários da Liga dos Amigos do Hospital São Sebastião (LAHSS) voltaram a marcar presença diária em vários serviços no Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga (CHEDV), para prestarem cuidados a quem necessita. Foram mais de mil dias privados de ajudar os utentes, devido à pandemia provocada pela Covid-19, e que, recentemente, a Liga e a administração hospitalar entenderam estarem reunidas todas as condições para que as “batas azuis” retomassem o serviço no CHEDV, que agrega ainda, além do hospital sede em Santa Maria da Feira, as unidades de S. João da Madeira e Oliveira de Azeméis – este último com uma Liga autónoma.
Atualmente, o grupo de voluntários na unidade hospitalar de S. João da Madeira é composto por sete elementos. Antes da pandemia, o grupo era constituído por 17. “O voluntariado arrefeceu com o aparecimento da Covid-19. Muitas pessoas, com mais idade, desistiram e não voltaram”, refere Manuel António Ferreira, é presidente da LAHSS, uma situação que diz estender-se ao grupo do Hospital São Sebastião.
À frente da Liga desde janeiro de 2014, o responsável conta que “tem chegado gente nova” que, apesar de não terem muito tempo, “disponibilizam três quatro horas por semana”. Em S. João da Madeira, o voluntariado está, “para já”, num serviço de consultas externas e pretende que chegue, em breve, a um dos três pisos da unidade destinada aos tratamentos oncológicos. “A vontade é que possa chegar ainda à urgência e ao ambulatório”, lembrou.
Estas pessoas que disponibilizam o seu tempo fazem muitas vezes “a ligação” na ausência da família, principalmente aos utentes que são de longe e estão mais sozinhos.

“Não basta dizer que quero ser voluntário”

Primeiros rostos do grupo de voluntariado no hospital criado em 1994

Manuel António Ferreira lembra que “não basta dizer que quero ser voluntário”, e recorda o longo trabalho que tem sido feito nos últimos anos junto das escolas, em relação à sua importância. “Começamos a colher já esses frutos. As pessoas já estão a inscrever-se no site da Liga, fazem uma primeira entrevista com a responsável pelo voluntariado e com uma psicóloga e, mais tarde, passam a ser acompanhados por um voluntario já bastante experiente, para mostrar a unidade”, para que mais tarde “autonomamente”, começarem a prestar esse serviço, que se revela “cada vez mais importante” não só nas unidades hospitalares como, por exemplo, em lares de idosos. “Os voluntários são, e sempre foram, um apoio crucial à missão dos profissionais de saúde e têm um papel fundamental na vida de um doente”, garante
Maria do Céu é uma das pessoas que melhor conhece o hospital de S. João da Madeira e da importância destas pessoas junto dos doentes. “Eu cheguei ao voluntariado deste hospital em 1995, um ano depois da sua fundação”, revela a ´O Regional. E uma das “resistentes” por amor àquilo que faz e, apesar de ter assistido ao abandono de muitos dos seus colegas, “nunca” desistiu, uma vez que “não estamos aqui para substituir ninguém, mas para colaborar, e devemos exercer sempre a nossa missão sem olhar se somos ou não reconhecidos”. Maria do Céu já passou, “nos tempos altos” do grupo de Voluntários deste hospital, por todos os serviços. “É muito importante a nossa presença no serviço de urgência. É lá que muitas das vezes os familiares aguardam com ansiedade por notícias dos seus, o mesmo acontece no serviço de tratamentos oncologia”.

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