Cultura e Lazer

Diptyque Duo apresenta performance no concerto AcáMúsica

• Favoritos: 66


O Diptyque Duo, subiram ao palco do Auditório Marília Rocha no dia 2 de abril

O Diptyque Duo, composto pelo trompetista António Silva e pela pianista Ana Filipa Sousa, subiram ao palco do Auditório Marília Rocha no primeiro domingo de Abril, cumprindo mais um concerto do ciclo AcáMúsica – ciclo de concertos comentados, que se realizam a cada primeiro domingo de cada mês, pelas onze horas. Segundo José Luís Postiga, investigador do Inet-MD e professor da Academia de Música de São João da Madeira, responsável pelos comentários deste ciclo de concertos, o sol que atravessou as janelas do auditório iluminando todo o espaço, preparam a plateia para um repertório em que as sonoridades quentes do trompete, envolvidas no abraço de um piano de registo cheio foram uma constante ao longo dos 50 minutos de duração do evento. O concerto foi dedicado a música norte americana do século XX escrita para esta formação, representada por obras dos compositores Eric Ewazen, Joseph Turrin e Kevin Mackee, cumprindo uma abordagem global a diferentes sonoridades, técnicas e registos dos instrumentos. A excelência dos executantes ficou patente quer nas exigentes passagens de grande virtuosidade técnica do Capriccio de J. Turrin, ou do Roaring Gunnison, segundo e último andamento da programática obra de K. McKee, Centennial Horizon, mas também no melodismo imposto pelo primeiro andamento desta obra, Aspes Grove, ou na Ballade for a Ceremony – A marriage ballade, de E. Ewazen, peça com que se iniciou o concerto. Contudo, foi na Sonata para trompete e Piano de Ewazen que o ‘díptico’ mostrou de forma mais evidente como a individualidade de cada elemento se funde de forma perfeita numa peça única, neste caso particular, numa complementaridade de sonoridades que dialogam, interagem, se integram e afastam, cumprindo o objetivo máximo do que se propõem ser a denominada música de ‘câmara’. No global, a contemporaneidade do repertório procurou sempre o compromisso de trazer música de hoje, feita por compositores de hoje, que se integram facilmente nos trâmites de todos os tipos de plateia, mais ou menos especializados, onde não se esquece os entusiastas estudantes e profissionais dos instrumentos, sempre em busca daquela passagem particularmente difícil, resolvida com elevada mestria, nem aqueles que relembram nas harmonias as aproximações aos sons do cinema, ou dos clubes de jazz norte americanos. O encore pedido pelo público demonstrou que a mensagem ‘quente e solarenga’ envolveu todos de forma particular, tendo o Diptyque agradecido com o curto mas caloroso Rondo for Lifey de Leonard Bernstein.

66 Recomendações
34 visualizações
bookmark icon