Opinião

40 minutos e 40 euros por mês

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Terminou o período de discussão pública do Plano Ferroviário Nacional. Felizmente a nossa cidade mobilizou-se e participou ativamente na discussão sobre o futuro previsto para a linha do Vouga.
A proposta colocada em discussão previa a manutenção da linha atual em bitola estreita e colocava importante enfoque no potencial turismo ferroviário. Algumas pessoas vieram a público defender aquela opção, defendendo que seria importante modernizar a linha mas desvalorizando o transtorno do transbordo em Espinho.
Outros, onde me incluo, defenderam que devia aproveitar-se a linha atual para assegurar uma ligação de comboio direto até ao Porto, sem necessidade de mudar de comboio em Espinho.
Finda a discussão, o que disseram os nossos órgãos autárquicos?
A Assembleia Municipal aprovou uma moção defendendo que é necessário assegurar um “ modo de acesso ao Porto mais rápido e confortável, preferencialmente direto, que resulte de um estudo técnico…”.
A Associação de Municípios das Terras de Santa Maria aprovou também uma moção defendendo que o Plano Ferroviário deveria “assumir o objetivo de ligar os Municípios servidos pela linha do Vouga ao coração da Área Metropolitana do Porto através de um tempo máximo de percurso” e fixou para S. João da Madeira o tempo de 40 minutos até ao Porto.
A meu ver, são duas deliberações na boa direção. O tempo de percurso aprovado é ambicioso, como deve, sendo inferior ao tempo de percurso por estrada. Não será possível cumprir os 40 minutos se houver necessidade de mudar de comboio em Espinho. Ou seja, será forçoso instalar a bitola larga entre Oliveira de Azeméis e Espinho-
Se as moções aprovadas pelos nossos autarcas forem levadas à prática, teremos comboio direto até ao Porto em 40 minutos, por 40 euros por mês. É um objetivo justo e alcançável.
Para tanto será necessário que a versão final do Plano Ferroviário elimine a referencia à bitola métrica e consagre o objetivo do tempo de percurso aprovado pelos Presidentes das Câmaras.
Em segundo lugar, será necessário que o plano passe para o terreno e que se iniciem as obras. A Associação de Municípios definiu o objetivo de 2030 para concluir estas obras. Parece-me muito bem.
Resta-nos confiar na capacidade de persuasão dos nossos Autarcas junto do Governo.

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