Lareira...

As palavras, bem, algumas palavras, têm um efeito maravilhoso na nossa mente. Lareira é uma delas... leva-me a um tempo em que eu nem sabia que existia, ou que era possível ter em casa para nos aquecer. Quando miúdo havia lá em casa uma braseira que se colocava debaixo da mesa das refeições. Era um objeto interessante. Com rebordo em madeira e o interior em cobre. Tínhamos de preparar a brasa no exterior da casa, não fossemos provocar um incêndio em casa, mas tal nunca aconteceu.
Hoje em dia, a lareira continua a ter um efeito nostálgico. Desde logo, o efeito calor que nos transporta para o verão que já foi, o lado poético do crepitar (mais uma palavra), depois aquele provérbio de comer as cerejas ao borralho. Felizes os que podem dispor de um objeto como a lareira na sua casa. O ritual familiar de ir carregar a lenha, as acendalhas que nos dá uma enorme ajuda no arranque da ignição. Depois o usufruir do calor saboreando um bom maduro... É bom sentir que até os animais cá de casa nos agradecem este calor extra.
Não há dúvidas que a lareira nos oferece calor, mas, o melhor calor continua a ser o humano. E, para mim, quando alguém aborda a minha pessoa e me faz saber que gosta de ler os meus escritos, que calor, que confiança que me transmitem, que responsabilidade. Espero não vos desiludir, espero ser um bom momento de companhia. Espero ser para vocês um pouco do calor que é transmitido pelos leitores.
Cá pelo burgo houve a festa dos campeões. Naturalmente, campeão é campeão, e seja em que modalidade for merece a nossa admiração. Aproveito para dar um grande abraço a todos os campeões, especialmente ao meu amigo Nuno Resende e Luís Catarino. Deixo aqui o meu lamento por terem deixado de fora a hoquista Marlene Sousa, nove vezes campeã nacional e a nossa campeã e atleta olímpica Ana Rodrigues...
Na música, John Zorn-Sofia Rei “Besos de Sangue”. Bom jazz!
Nos livros, “Da mão para a boca”, de Paul Auster.
Porque será que se diz que a memória é curta?! Não devia ser, pois não?