Cultura e Lazer

Dança Macabra e Carnaval dos Animeis de Camille Saint-Saëns

• Favoritos: 16


No domingo, dia 22 de maio, o Auditório Marília Rocha, da Academia de Música de S. João da Madeira, foi “invadido” pelos animais de Camille Saint-Saëns.

No domingo, dia 22 de maio, o Auditório Marília Rocha, da Academia de Música de S. João da Madeira, foi “invadido” pelos animais de Camille Saint-Saëns. Vitor Vieira e Sofia Belo (violinos), Jorge Alves (viola d’arco), Jed Barahal (violoncelo), António Augusto Aguiar (contrabaixo), Nuno Pinto (clarinete), Vasco Sousa (flauta transversal), Manuel Campos e Francisco Fernandes (percussão), Constantin Sandu e Telmo Marques (pianos), foram os instrumentistas que encarnaram a voz destes animais.
Em mais um concerto comentado do AcáMúsica, ciclo de concertos da Academia, o público, que encheu o auditório, teve oportunidade de ouvir duas importantes obras do espólio do grande compositor francês Camille Saint-Saëns: Dança Macabra e Carnaval dos Animais.
A Dança Macabra é das obras de Saint-Saëns mais interpretada. Originalmente, esta obra foi escrita para voz e piano sob um poema de Henri Casaleis e, mais tarde, o compositor adaptou-a para orquestra. O poema descreve uma lenda medieval segundo a qual, na noite de 31 de outubro (dia das bruxas), a Morte tem o poder de tirar os defuntos dos túmulos e fazê-los dançar até o amanhecer. Apesar de ser uma história macabra, Saint-Saëns confere-lhe um tom mais leve, às vezes, quase cómico. A ligação à obra seguinte do programa deste concerto, faz-se com a adaptação de Saint-Saëns de uma parte da música da Dança Macabra para o andamento dedicado aos Fósseis da suite O Carnaval dos Animais.
O Carnaval dos Animais, conhecida obra do compositor que não quis, em vida, torná-la pública com receio de que poderia pôr em causa a imagem de compositor sério que tinha, foi, originalmente, composta para dois pianos e orquestra. Neste concerto, a obra foi-nos apresentada com uma orquestração para dois pianos, quinteto de cordas, clarinete, flauta e percussão. Trata-se de uma alegoria musical que coloca na voz dos diferentes instrumentos a representação de animais que vão desde o leão, elefante, canguru tartaruga, mulas ou pássaros, passando por “animais” mais especiais como os pianistas (!). Esta obra, é também muito conhecida pelo andamento dedicado ao cisne. Único andamento da obra considerado “sério” e que, por isso, Saint-Saëns publica-o ainda em vida, este fragmento conta com a “voz” do violoncelo que transporta o público para o meio de um lago com um cisne resplandecente a “dançar” pelas águas.
O público presente teve o privilégio de assistir a um concerto sublime, interpretado por alguns dos mais reputados instrumentistas do panorama musical português. Composto por professores da ESMAE, o agrupamento proporcionou momentos únicos de expressividade musical e elevada capacidade técnica. Ainda com comentários do professor Mário Azevedo, o Auditório Marília Rocha tornou-se um centro musical do que de melhor se faz em Portugal, no que à interpretação musical diz respeito, e, também, na relação que deve existir entre músicos e público que, neste caso, teve a particularidade de ser composto por várias famílias que procura, nestes eventos, uma oportunidade de se cultivar.
O AcáMúsica prossegue os seus objetivos de oferecer à comunidade sanjoanense eventos de grande qualidade e diferenciados. O próximo concerto será no próximo dia 5 de junho e levará a palco o Quarteto de Cordas Além Mar.
Convidamos todos a estarem presentes e a acompanharem a nossa programação. A entrada é livre mas mediante reserva através do email secretaria@amsjm.edu.pt

16 Recomendações
80 visualizações
bookmark icon