Começou cedo a tentar descobrir qual seria a sua vocação e acabou por seguir o caminho de dois familiares. Carlos Pinho é técnico de farmácia
É seguramente um dos farmacêuticos mais conhecidos, e reconhecidos, em S. João da Madeira, e por razões especiais. Entregou-se de alma e coração a uma profissão, e a escolha foi acertada, desde o primeiro momento. “Exerço a profissão de técnico de farmácia há 41 anos”, diz Carlos Pinho, de 60 anos, honrado com o tempo.
Na família havia “ajudantes técnicos de farmácia”, que eram o Amadeu e o José Manuel, da farmácia Lamar, respetivamente, seu tio e primo, “que muitas saudades me deixaram”.
Refere que, em S. João da Madeira, houve rostos deveras conhecidos que marcaram a sua presença no seu desempenho profissional. Lembra o senhor Mendes, o Francisco, o Jaime, o Manuel, o Casimiro. “Eu tive um privilégio enorme em trabalhar com todos eles”.
Reza a história, que talvez poucos saibam, que Carlos Pinho começou a trabalhar na farmácia Laranjeira, antes do serviço militar. Depois de concluído, voltou, e por lá continua até aos dias de hoje.
Ser farmacêutico foi “um acaso”, porque até ponderava emigrar para França, “mas surgiu esta oportunidade, agarrei, gostaram de mim, e aqui fiquei eu…”.
Os farmacêuticos, na sua opinião, têm um importante papel no sistema de saúde. “Considero que não há o devido reconhecimento, infelizmente.” Diz que as mudanças têm sido reconhecidas, “muitas”, ao longo do tempo. “Foram tantas as mudanças e adaptações. Era novo e tive o privilégio de trabalhar com rostos conhecidos da terra que passaram pela pedra lascada” de outros tempos. Depois, chegou a era da informática, do telemóvel, da internet da robótica, “para baralhar o conceito da velha farmácia para a nova farmácia”. Mas, como se fosse num toque mágico, sendo o mais novo profissional no “meio dos mais velhos, rapidamente passei a ser o mais velho no meio dos mais novos. Aprendi muito com os do passado e aprendo com os de agora”, assume.
No contexto da pandemia, evidenciou-se a importância do farmacêutico na saúde pública. E Carlos concorda: “A farmácia nunca fechou! Quer antes, quer depois da pandemia, para prestar os serviços e cuidados necessários à população. Este é o papel da farmácia. A pandemia só veio reforçar o nosso papel. Mais, ainda, a pandemia permitiu que os clientes das farmácias percebessem que os farmacêuticos são muito mais do que simples dispensadores de medicamentos. Essa ideia é errada e não corresponde à realidade, enfatiza o farmacêutico.
Artigo disponível, em versão integral, na edição nº 3893 de O Regional,
publicada em 26 de maio de 2022