“Eu quero criar condições para que a nossa ADS ganhe muitos jogos e dê alegrias aos adeptos que nos dão o prazer de os ter no Conde Dias Garcia”
Urgel Martins presidente da SAD da Associação Desportiva Sanjoanense, depois de 22 anos ao serviço do FC Porto, recebeu um convite para liderar o projeto do clube da sua cidade, que tanto adora.
Jornal O Regional - Esteve ligado ao basquetebol da Sanjoanense. Primeiro como jogador e mais tarde como dirigente. Como aconteceu esta mudança para o futebol?
Urgel Martins - Na minha juventude pratiquei basquetebol na ADS. Não tinha aptidões físicas fantásticas para o basquete, mas foi uma forma de praticar desporto e divertir-me um pouco. O futebol sempre fez parte do dia a dia da minha família. O meu bisavô foi Presidente do FC Porto e essa ligação ao desporto-rei foi uma constante, na minha infância e por aí fora. No fundo, o desporto toca a minha vida de uma forma transversal.
E a paixão por este desporto sempre existiu?
Sim, foi uma injeção que a família me deu desde pequeno. Acredito também muito na força social do desporto, nomeadamente do futebol, como forma de promover a ligação familiar, de nos fazer viver emoções fortes, de nos ajudar a educar os nossos filhos em comunidade e de promover a aquisição de hábitos de vida saudáveis.
Assumiu o cargo de presidente da SAD da Associação Desportiva Sanjoanense, no final do último ano. Ser presidente deste clube sempre foi uma ambição sua?
Sinceramente não. Trabalhei 22 anos no FC Porto e quando recebi o convite para liderar este projeto senti imediatamente vontade de o abraçar. E senti esta vontade porque sou bairrista e adoro a minha cidade e a ADS. Como o projeto era sólido, as pessoas credíveis e o meu coração estava entusiasmado, aqui estou.
O que considera que pode trazer de novo a esta estrutura?
Estou a dar o meu melhor, com alma e coração. E parece-me natural que a experiência acumulada num clube de referência me tenha trazido um conjunto de experiências que com a necessária adaptação a outro contexto, pode ajudar ao meu desempenho.
Antes de ingressar na Associação Desportiva Sanjoanense, esteve durante mais de 20 anos ao serviço do FC Porto. Onde mais recentemente desempenhava o cargo de Diretor Executivo de Futebol. Abraçar este projeto onde as condições são muito diferentes das que tinha anteriormente é um grande desafio?
Não mudei de sector de atividade, continua a ser gestão e gestão desportiva, mas são realidades e estruturas diferentes, como é evidente. Passei dum cargo de chefia intermédia num grande clube internacional para a liderança dum projeto dum clube que está na Liga 3 e que quer crescer no futebol nacional. É um desafio diferente, mas apaixonante.
Que objetivos tem, no curto, médio e longo prazo, para o futuro deste clube?
Nestes últimos meses estivemos a arrumar a casa como se costuma dizer, conhecer melhor as pessoas, criar uma estrutura mais capaz, reorganizar alguns processos. Ao mesmo tempo, concretizamos a manutenção na Liga 3 e apresentamos um futebol com qualidade, atrativo, que voltou a atrair as pessoas ao nosso querido Conde Dias Garcia. Começamos a preparação da época 2022/2023 cedo, apostando no planeamento atempado das coisas e procurando construir um plantel de qualidade para atacar a subida de divisão.
E quais as principais ideias que estão em mente para alcançar esses objetivos futuros?
Ter um clube com boa reputação, que honra os seus compromissos, ter uma estrutura de recursos humanos capaz e motivada que nos permite ir sempre mais além e construir plantéis formados por pessoas de caráter antes do mais e obviamente capazes de formar uma equipa competitiva e que pode ganhar em qualquer estádio.
Artigo disponível, em versão integral, na edição nº 3891 de O Regional,
publicada em 12 de maio de 2022