Opinião

O amor não é um drama - Abuso emocional é crime, Bruno de Carvalho!

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É preciso que fique claro que os  comportamentos abusivos que estão na base dos relacionamentos abusivos, acontecem em diferentes faixas etárias, são transversais a todas as classes sociais, e à semelhança dos anjos, também não têm sexo.

Depois que Bruno de Carvalho foi protagonista de uma relação abusiva, frente às câmaras de televisão, muito se tem falado sobre o tema.
Enquanto uns se convencem que o abuso emocional se trata de um “vírus” que não existia antigamente  e que perversamente foi desenvolvido em laboratório,  outros entendem a atenção dada ao ocorrido como uma “caça à bruxa” encabeçada por  feministas amarguradas que abominam homens.
É preciso que fique claro que os  comportamentos abusivos que estão na base dos relacionamentos abusivos, acontecem em diferentes faixas etárias, são transversais a todas as classes sociais, e à semelhança dos anjos, também não têm sexo.
Tais comportamentos são diabolicamente perpetrados por pessoas que juram a pés juntos, que é amor, a insegurança que deveras sentem.
E se por um lado temos gente muito hábil a justificar através de ciúmes, abusos hediondos, por outro,  temos gente convencida de que o ciúme é um sinal inquestionável de amor.
Há uma certa tendência para aceitar e assumir como normal, aquilo que é comum, ainda que o comum não seja saudável numa perspetiva psicológica e emocional.
A verdade é que nos habituamos a normalizar e legitimar a nossa realidade, mesmo quando a nossa realidade é doentia.
Ainda que os comportamentos abusivos existam em muitos relacionamentos, tal repetitividade não lhes retira a gravidade das consequências emocionais.
Tive oportunidade de ver registos das interações do casal dentro do programa,  e é indiscutível os contornos  abusivos  do seu relacionamento.
Pude perceber uma relação altamente polarizada, onde Bruno de Carvalho se mostrava  dominador, manipulador, ciumento e ofensivo e por sua vez,  Liliana labilmente se submetia e se anulava, talvez por temer reacções intempestivas do namorado ou por acreditar que o seu comportamento abusivo é sinónimo de amor.
Este big brother mostrou aos portugueses que o abuso emocional não é um “mito urbano”, efectivamente ele acontece  e é mais comum do que se imagina.
Ao vivo e a cores, viram-se todas as “RED FLAGS” do abuso emocional.

Um Bruno que sentia no direito de:
1 - Forçar Liliana a namorar.
2 - Decidir as suas amizades e com quem ela deve ou não conversar.
3 - Insultar Liliana de estúpida e burra.
4 - Hostilizar  e ameaçar amigos da companheira  (por se sentir com ciúmes).
5 - “Passar por cima” de Liliana, limitando a sua liberdade e ignorando as suas vontades.
6 - Usar a força e magoá-la para intimida-la
7- Manipula-la contra o grupo, para levá-la a satisfazer as suas vontades.
Qualquer pessoa, que frente às câmaras de televisão não se demove e  não sente pudor dos seus comportamentos abusivos, é uma pessoa que entende tais comportamentos como certos e legítimos.
Nesta perspectiva, é  expectável que  longe de olhares alheios, os seus abusos sejam, não só mais frequentes, como também  mais criminosos.

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