Opinião

Autárquicas e outras mais

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Os votos

Desde a viabilização do primeiro governo de António Costa, pelo PCP e pelo PEV, verificou-se, para a coligação, eleição após eleição, uma sucessiva diminuição de votos.
Nas quatro eleições após o dia da assinatura dos acordos escritos (em 2015) houve perdas de votos: nas autárquicas de 2017; no Parlamento Europeu de 2019; nas legislativas de 2019 e nas autárquicas de 2021. Em sentido contrário correram as quatro eleições anteriores ao fatídico dia, a CDU subiu em todas elas: nas legislativas de 2011, nas autárquicas de 2012, no Parlamento Europeu de 2014 e nas legislativas de 2015.
Esta realidade motiva muitas interrogações, mas qual seria a alternativa? Não viabilizar o governo PS e facilitar a permanência de Passos e Portas, como queria Cavaco Silva?
Os dirigentes do PCP e do PEV decidiram impedir a direita de governar e preocuparam-se em melhorar as condições de vida da população (melhorar as pensões, melhorar o SNS, garantir os manuais escolares gratuitos, aumentar número de creches, baixar o preço dos passes dos transportes públicos, melhorar a situação ecológica, criar o subsídio de desemprego para gerentes e trabalhadores independentes, e outras coisas mais). Lutaram por benefícios para os portugueses e ignoraram os votos!

Os grandes media

Já não há PREC, a Reforma Agrária acabou, a Banca foi privatizada (entregue a ilustres, generosos e honestos cavalheiros), aconteceu a desindustrialização (foram fechadas um grande número de indústrias transformadoras), não há quase mais nada para privatizar (só falta a TAP e a CGD), mas continua a saga anti-CDU na grande comunicação social.
Os apagões sistemáticos, nas TVs, nas rádios e nos jornais nacionais, de muitas iniciativas políticas da CDU são uma constante. As suspeições levantadas nos últimos tempos, sem qualquer fundamento, a alguns autarcas da CDU são uma vergonha para a democracia. Dos comentadores nem vale a pena falar. Várias notícias, durante a campanha e na noite das eleições, sobre a CDU foram fake news (falsas e/ou deturpadas).
Na noite das eleições, algumas legendas televisivas ficaram na nossa memória, pela ridícula comparação que fizeram. Recordo: “CDU reduzida a 19 Câmaras e Chega elege 19 vereadores” e “CDU perde 5 Câmaras e Bloco elege vereador no Porto”.
Os Deuses devem estar cegos para permitirem tamanha falta de rigor na comunicação social. A desvalorização, intencional, da votação da CDU é uma acção antidemocrática inaceitável. Sem dúvida que os objectivos não foram atingidos. Houve perdas significativas que não podem ser esquecidas. Mas ninguém, de bom senso, pode desconsiderar desta forma, a terceira força autárquica, como o fizeram diversos jornalistas e comentadores encartados.
A CDU conseguiu mais de 454 mil votos (nas assembleias de freguesia), 19 presidências de câmaras municipais, 112 presidências de juntas de freguesia e mais de 2 000 mandatos. Estes números estão muito acima da quarta força autárquica, o CDS, e estão “anos-luz” acima da quinta força política autárquica, cujo líder, um conhecido populista, garantiu (sem se rir) que nestas eleições ia ser a terceira força autárquica em Portugal. Sobre isto, os comentadores nada disseram!
Por cá
No nosso concelho a CDU ficou aquém do que se propunha. Subiu, percentualmente, na Câmara, mas muito longe do necessário para eleger um vereador. Subiu também na Assembleia Municipal, mas insuficiente para reforçar a representação, ficou como antes, só com um eleito. Na Assembleia de Freguesia manteve, percentualmente, a votação, perdeu o eleito que tinha pelo facto de o número total de representantes ter passado de 19 para 13. A luta continua!

A demissão de Presidente da CP

O Engenheiro Nuno Freitas, Presidente da CP, é um excelente especialista na área dos transportes ferroviários. A liderança da CP e as promessas do governo criaram a expectativa que o país ia dar um grande salto na ferrovia.
O pedido de demissão e as declarações do Ministro Pedro Nuno Santos, levam-nos a suspeitar que haja um forte recuo nas políticas do governo e nos objectivos que tinha anunciado para os comboios. Se assim for, será muito negativo para mobilidade e para o ambiente. Oxalá estejamos enganados!

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