Cultura e Lazer

Dia do trabalhador assinalado com resultados dos Dias da Memória da Indústria

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O 1º de maio foi assinalado em S. João da Madeira, com a apresentação dos resultados dos Dias da Memória da Indústria, que decorreu na Casa da Criatividade, no final da manhã de hoje.

Recorde-se que os Dias da Memória (17, 18 e 19 de janeiro de 2020) envolveram o município, através da sua Unidade de Turismo, e o programa Memória para Todos, da Universidade Nova de Lisboa. Decorreram na Torre da Oliva, registando memórias de quem contribuiu para a história da indústria de S. João da Madeira, recolhendo-se testemunhos orais, fotografias, documentos e “objetos relacionados com três setores/empresas importantes para a cidade”: o calçado, a metalúrgica Oliva e a fábrica Viarco.

O município destaca agora uma “assinalável participação cidadã” naqueles dias. Houve a colaboração de 86 pessoas, que contribuíram para 75 entrevistas (em formato áudio e vídeo) e dezenas de fotografias, documentos e objetos relacionados com as histórias de vida laborais das pessoas e com a indústria de S. João da Madeira.

O Presidente da Câmara Municipal de S. João da Madeira, Jorge Vultos Sequeira, destacou a “pujança industrial” da cidade, considerando que tal se deve também aos trabalhadores do setor.

Já a investigadora Fernanda Rollo destacou o papel de S. João da Madeira, enquanto polo industrial, e realçou a escassez de escritos sobre temas como o trabalho infantil e (a ausência de) os direitos das mulheres, bem como o “empreendedorismo” de “pequenos operários” que se tornaram patrões.

Fernanda Rollo indicou ainda a vontade de que este seja um projeto intergeracional, no qual “as escolas possam participar” e deixou uma “nota para o futuro”: “apostar na formação de jovens é determinante”. Além disso, referiu a necessidade de “conciliação”, no sentido de haver mais “sustentabilidade” na indústria.

Antes de ser “um desafio”, fazer história é “um dever” para com antepassados e gerações vindouras, de acordo com Jorge Vultos Sequeira, que considerou “muito emocionante” a colaboração de trabalhadores e respetivos testemunhos, sendo que alguns foram exibidos na sessão de hoje.

O projeto Dias da Memória da Indústria é, de acordo com a Câmara Municipal, o primeiro passo para o Centro de Memória da Indústria (CMI), que vai ocupar o edifício do Palacete da Quinta do Rei da Farinha. Nesse sentido, o Presidente da Câmara informou que, no dia 10 de maio, serão conhecidas as propostas para elaboração do projeto de arquitetura.

“Contribuir para o conhecimento da indústria portuguesa, em S. João da Madeira, é muito inspirador e muito justo”, referiu Fernanda Rollo, confirmando que o CMI será único, enquanto “centro de memórias dedicado à indústria”.

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