Desporto

“Regressar à Sanjoanense fez-me renascer para o futebol”

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Guarda-redes “à moda antiga”, como o próprio se define, Diogo Almeida tem sido umas das referências no percurso que levou aSanjoanense à fase de apuramento para a Liga 3. As várias nomeações para a equipa da semana fazem sonhar com outros patamares.

Como é que se iniciou o teu percurso no futebol?
Antes de mais, gostaria de agradecer o vosso convite. É muito bom e gratificante falar para um jornal de São João da Madeira, sendo eu natural da cidade. O meu percurso foi humilde. Fiz a minha formação toda na Sanjoanense, na altura ainda a jogar no [campo] pelado. Tenho muitas histórias desse tempo e recordo que um dos meus primeiros treinadores foi o Zé Quim, já falecido. Fui apanhando diversos treinadores, tanto da casa como de fora, e todas as etapas me fizeram crescer um pouco. Curiosamente, comecei a minha carreira no futebol como ponta de lança, só que, na altura, tive um treinador que me questionou o porquê de jogar nessa posição - uma vez não tinha tanto jeito para ser ponta de lança – e porque não seguia as pisadas do meu pai e do meu avô [ambos antigos guarda-redes]. A minha familia sempre foi ligada ao mundo do futebol. Primeiro começaram como guarda-redes e depois foram para a parte da fisioterapia. Acabei por seguir o conselho desse treinador e, no dia a seguir, apareci ao treino de luvas e calças de guarda-redes.

O primeiro ano enquanto sénior foi no Esmoriz. Como foi essa transição da Sanjoanense, clube onde te formaste, para outro clube?
Na altura, fui para a faculdade no Porto. As coisas não estavam muito boas na Sanjoanense a nível financeiro e custava-me ter que vir todos os dias para cá. Como estava a viver no Porto e não me dava muito jeito a deslocação, fui à experiência aos seniores do Esmoriz e, ao final de duas semanas de testes, fizeram-me o convite e acabei por ficar lá. Estreei-me como sénior com 17 anos.

Como correu esse primeiro ano?
Foi bom. Foi também uma mudança muito grande, porque estás habituado a lidar com miúdos da tua idade e, de repente, apanhas “velhos” de 34, 35 anos, já com um grande percurso no futebol. Ao lado deles era um miúdo. Basicamente era um filho para eles.

E o que te fez voltar, pela segunda vez enquanto sénior, a esta casa que te é tão familiar?
Quando recebi o convite da SAD para voltar, já tinha um pré-acordo para ir para o São João de Ver. Eles estavam na elite e eu tive um ano infeliz em Cesar, em que acabamos por descer de divisão. Havia ordenados em atraso e muita coisa que se passou ali que também me fez crescer, mas, ao mesmo tempo, pensei desistir do futebol. Foi aí que recebi o convite da Sanjoanense para voltar e fez-me renascer outra vez para o futebol, depois de um ano muito mau. Foi uma “lufada de ar fresco” para mim e para a minha família também.

Ar­tigo dis­po­nível, em versão in­te­gral, na edição nº 3840 de O Re­gi­onal, pu­bli­cada em 22 de abril de 2021.

 

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